terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Atrás

Eu corro o mais rápido que posso
O mais longe que minhas pernas aguentam
Mas as cãibras estão me fazendo pensar em desistir
Meu pé fritando no asfalto da sua estrada de indiferença me faz pensar em parar.
Você olha no retrovisor, me vê correndo já exausto e não faz nada
Seu pé pesado no acelerador parece querer que eu nunca te alcance,
Seus olhos frios vidrados no retrovisor parecem gostar de me ver
Correndo atrás de você.
O ritmo dos meus passos vai diminuindo e as passadas se tornando cada vez mais curtas.
Estou cansando, estou cansado, estou morto.
Você vê meu corpo já sem alma cair lentamente e segue sem olhar pra trás,
Afinal existe a bela paisagem da serra de surpresas que a vida te reservou bem a sua frente.
Para que voltar e tentar ressuscitar o nosso amor?
Os urubus já estão comendo a minha carne apodrecida,
Não vale a pena voltar não é mesmo?
Você vai seguir e quando tentar voltar talvez toda minha existência já esteja decomposta,
Assim como o amor que eu carregava no peito e vai encontrar somente
O tumor da decepção que você alimentou.

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