sábado, 21 de novembro de 2009

Sobre sua falta

Eu não aguento mais o silêncio do meu quarto gritando a sua ausência em meus ouvidos, a sua falta tão presente no vazio que eu faço parte. Meus lábios ainda úmidos do seu beijo de adeus, recitam a dor da saudade, murmuram seu nome e clamam pelo seu retorno. Meus olhos, cansados de enxergar o infinito emoldurado pela minha janela, imploram pela arte do seu corpo. Os lençóis amarrotados, sobre a cama que ainda não arrumei, exalam lembranças da última noite que tivemos. A sua falta me faz companhia até eu pegar no sono e no dia seguinte vem me desejar bom dia. Eu quero que o telefone toque me dizendo qualquer coisa com a sua voz ou que alguma carta chegue me escrevendo qualquer coisa com a sua letra, mas o telefone não quer dizer nada e a carta não tem vontade de escrever. Eu já tentei expulsar a sua falta do meu quarto, exorcizei minh'alma invadida pela sua ausência, porém sua falta acorrentou-se aos pés da minha cama e a sua ausência tomou todo o meu ser.
Francisco Garcia

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